quarta-feira, 26 de junho de 2013

Intertexto


Antes de tudo é importante falarmos em que termos se define a intertextualidade que pode ser bem definida como a relação entre dois textos, a sua releitura, nada mais sendo do que uma comparação entre trechos e fragmentos. É, nestes termos sucintos que podemos conceituar a intertextualidade que pode ser de vários tipos, a saber: temática, estrutural, explícita e implícita.



Há nesta figura uma estreita relação entre o extinto programa "Show do Milhão" apresentado pelo apresentador Sílvio Santos da rede televisiva SBT e uma outra caricatura representando o próprio comunicador com um milho, ou melhor, um "milhão" - o que remete um milho grande relacionando-se com o valor pago no programa, ou seja, um milhão de reais -. Nesse exenplo, é clara a intertextualidade temática já que consiste na abordagem de um mesmo assunto dentro da intertextualidade.


    ORAÇÃO DOS PROGRAMADORES:
    

   Sistema Operacional que estais na memória,
   Compilado seja o vosso programa,
   Venha à tela os vossos comandos,
   Seja executada a nossa rotina,
   Assim na memória, como na impressora.
   Acerto nosso de cada dia, rodai hoje
   Informai os nossos erros,
   Assim como nós informamos o que está corrigido,
   Não nos deixai entrar em
looping
,
   Mas livrai-nos do 
Dump
,
    Amém.


Neste tipo de texto há a presença da intertextualidade estilística como podemos observar entre a oração do pai-nosso e a oração dos programadores acima, que segue um estilo peculiar ao universo cibernético mas comparando-se com o modo escrito da oração cristã universal do pai-nosso, utilizando-se alguns termos parecidos.

Nesta figura há a intertextualidade implícita já que para que o leitor faça uma leitura da "Mônica Lisa" é preciso ter um pré-conhecimento acerca da figura da Monalisa pintada pelo pintor Leonardo da Vinci, uma de suas maiores obras já pintadas e conhecidas no mundo.


No quarto e último quadrinho observa-se a intertextualidade explícita no que tange a letra da música "levantar poeira" da cantora Ivete Sangalo e a tarefa doméstica realizada pelo indivíduo no quadrinho.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Ethos

Odeio o dia dos namorados - Sinopse 01

Débora (Heloísa Périssé), uma publicitária durona, precisa criar uma campanha romântica no Dia dos Namorados. Moleza, se ela não fosse a pessoa menos sentimental do mundo e se o cliente não fosse Heitor (Daniel Boaventura), ex-namorado que ela dispensou de forma humilhante. Em meio a esse desafio, ela recebe a inesperada visita do fantasma de seu amigo Gilberto (Marcelo Saback), que tem a dura missão de amolecer seu coração de pedra, obrigando-a a rever sua vida e descobrir o que as pessoas pensam dela de verdade.


Comentários acerca do Ethos presente na sinopse: 

Primeiramente, apesar da presente sinopse apresentada ser curta, observamos que o Ethos nela contido ressalta uma linguagem simples, direta e objetiva, que tenta aproximar o leitor de uma maior realidade possível do filme. De maneira clara e determinada, o autor expõe de maneira coloquial a temática apresentada, dando-lhe uma linguagem mais real e "leve".



Odeio dia dos namorados - Sinopse 02

O filme conta a história de Débora (Heloisa Pérrisé), uma diretora de criação de uma agência de publicidade que privilegiou a carreira em detrimento da vida pessoal. Aversa a questões afetivas, Débora tem que aprovar uma importante campanha publicitária, cujo tema é romance, e o cliente é simplesmente um ex-namorado, Heitor (Daniel Boaventura), que ela dispensou de forma humilhante há alguns anos. Com a ajuda do fantasma do amigo Gilberto (Marcelo Saback), ela repensa, em situações hilárias, sua relação amorosa com o ex. 


Comentários acerca do Ethos presente na sinopse: 

O ethos presente no texto pauta-se pela linguagem mais formal e homogênea, revelando o perfil de um ethos em que há certo distanciamento e/ou despreocupação do autor em aproximar a realidade do filme para com o público. É clara a presença de uma linguagem mais genérica quando comparada com a de sinopse anterior em que há uma certa aproximação da realidade do contexto apresentado.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Atividade 2 - Análise acerca da entrevista do professor em linguística Sírio Possenti, da UNICAMP.

     A seguinte postagem de hoje refere-se à entrevista concedida pelo professor de linguística Sírio Possenti, da Universidade Federal de Campinas - UNICAMP -, ao Programa televisivo Juca Entrevista, do jornalista de mesmo nome Juca Kfouri, acerca da importância na linguística nas interações humanas, traçando-se um o paralelo desde os primórdios de seu estudo até o seu desenvolvimento e aprofundamento como ciência no mundo contemporâneo.
     Na primeira parte do bloco, o respectivo linguista inicia sua fala dando ênfase à visão libertária da própria linguística desde os primeiros estudos e pesquisas realizados pelos europeus, aproximadamente quinhentos anos atrás, ao estudo livre das línguas, ao seu modo natural e sem qualquer tipo de imposição de regras.
     Ainda nesse aspecto, interessante relato se faz em relação ao trabalho dos jesuítas no Brasil que teve no Padre Anchieta o seu maior expoente, cuja importância e respaldo histórico-cultural foi o de elaborar, ainda que no início do século XVI, uma gramática própria do tupi-guarani, língua comumente usada e nativa dos povos indígenas à época e que portanto, parte do mesmo pressuposto do uso livre e libertário da língua, sem qualquer intervenção de regras, procedimentos ou padronizações gramático-linguísticas, tendo o próprio tupi-guarani como referência.
     Neste contexto, Possenti, justifica e defende esse uso libertário da língua e consequentemente contrapõe-se ao seu uso regrado e padronizado em certas normas específicas e/ou pré-estabelecidas ao simples fato de devemos "consultar e estudar a língua de uma maneira mais clara e objetiva, sem nenhum critério de certo ou errado", afirmando-nos ainda que ao deparamos com determinadas sociedades hierarquizadas organizadamente, estas, de maneira errônea, impõe de uma forma mais grave a convicção de que os demais - boa parte da massa populacional -, e que por hora não sabem utilizar o recurso forma da língua, não sabem falar, sustentando equivocadamente o conceito de que somente e tão somente a linguagem escrita dotada e revestida de regras padronizadas é a que deve ser seguida e assimilada, não dando valor à oralidade ou outra forma de linguagem escrita que consequentemente "fuja" dessa padronização.
     Do mesmo modo, é claro o posicionamento de que a língua é um dos instrumentos persuasivos de poder, devendo haver o respeito pelas pessoas que ao se expressarem tanto oralmente quanto gramaticalmente "pecam" ou "cometem falta grave" no que se referencia a não observância quanto a padronização da língua portuguesa, pois só assim, acredita o professor, "havendo esse cuidado e preocupação" se tornará mais fácil o entendimento e o ensino do português padrão para essas pessoas.
     A segunda parte da entrevista pauta-se pelo tema da redundância presente na língua portuguesa, chegando-se ao entendimento de que tudo ou relativamente tudo é redundante e que é preciso exaltar que as palavras querem dizer muita coisa e às vezes, a mesma coisa tem muita palavra ou variados significados . Nesta óptica,  conclui o linguista de que "a questão da redundância ou da clareza ou da equivalência exata entre as coisas e as palavras é um equívoco sobre o que as línguas são", ou seja, seu posicionamento acerca da redundância implica dizer que "supor de que cada palavra ou pedaço da língua designa um objeto específico tem nada a ver com o que as línguas realmente representam em seu conjunto linguístico".
     Na terceira e última parte da entrevista, aparece a figura do revisor que nada mais representa, segundo o renomado professor, uma política editorial do que propriamente linguista. Vale dizer, historicamente a presença do revisor na língua portuguesa tem a ver com uma política das editoras, ela própria decide o que usar e publicar, à sua mera conveniência e oportunidade.  
     Ao olhar o que foi editado nos séculos XVI, XVII e XVIII, as cartas dos jesuítas, dos vices-reis constatar-se-á que a grafia não é a mesma, tendo em vista que a ortografia usada nos livros publicados naquela época não era da própria língua naquele dado tempo e sim da editora, mesmo caso ocorrendo com a história do texto escrito ou publicado no Brasil, antes do advento da legislação ortográfica do português, onde de fato tais textos não representavam substancialmente a essência da língua portuguesa à época.
     O entendimento de que a ortografia usada nos livros publicados não representa genuinamente a língua falada e sim uma "linguagem editorial", pode-se dizer que a editora organiza, uniformiza e cria-se a figura do revisor junto com um sistema de notação para um melhora aparelhamento estrutural e estética do texto e não a preocupação de aplicar determinados atributos para deixá-lo mais claro e objetivo.
    Por fim, Possenti assenta que "a escrita é uma coisa da política pública sobre um determinado lugar que ela circula" e que a ortografia não é a língua e sim objeto da lei, uma espécie de fotografia da língua sendo um aspecto importante para o conteúdo linguístico mas que não pode ser isoladamente considerada com um único atributo da língua.
     A ideia de que se deve tratar o aluno mais como escritor, produtor e construtor de textos é de um todo mais acertada já que nessa condição ele certamente fará bons textos mas esteticamente terá problemas caso seja equiparado a um revisor da língua, voltado para o conteúdo estrutural e estético do texto.
  Ao fazermos um comparativo do pensamento de Sírio Possenti com o que vimos em sala de aula podemos definir um importante ponto de que a língua representa o espelho do pensamento, é um instrumento voltado para a comunicação, a oralidade em si, revestida de interação entre os interlocutores (emissor e receptor) não devendo se restringir a um código padronizado de normas gramaticais e elegê-lo como se fosse o único mecanismo para se estudar e aprofundar o uso da linguagem na nossa sociedade. 

sábado, 27 de abril de 2013

Lembranças à respeito do aprendizado em leitura e escrita em Língua Portuguesa.

   


Acredito que as primeiras lembranças mais evidentes acerca da presença da língua portuguesa em minha vida se deu no início da alfabetização, ou seja, como estudante, passei a observar pontualmente a forma com que a linguagem e consequentemente a escrita passava a fazer parte cada vez mais em minha trajetória escolar.      
     Lembro-me que nas aulas lecionadas pela professora havia uma dedicação a leitura de histórias, contos e livros destinados à literatura infantil, tais como, Cachinhos dourados, Os Três Porquinhos, João e Maria, Pedro e o Lobo, dentre outros.
     Do mesmo modo, fora do âmbito escolar, também lia alguns livros e obras destinadas ao público infanto-juvenil, portanto, a leitura, sempre esteve presente em minha vida e era tida quase como um costume e hábito diário.
     Já no que tange a produção de textos, também fora a partir da alfabetização que comecei a elaborá-los e, posteriormente, também a reproduzir pequenas redações sobre os mais variados temas ou temas aos quais eram pedidos de acordo com o que era escolhido pela professora em sala.
     Neste contexto, penso que a leitura me proporcionou o enriquecimento do meu vocabulário linguístico e literário, o que refletiu em uma boa ferramenta para a construção e a produção de textos, criando assim uma ótima base para o meu progresso como estudante em língua portuguesa, iniciando-se com a alfabetização e aprofundado-se com o ensino fundamental e médio.
      Foi no ensino fundamental e principalmente no médio que evidentemente houve a maior produção de textos dissertativos, narrativos e de leitura em relação à língua portuguesa. Textos mais bem elaborados  bem como leituras que requeriam maior atenção e uma melhor interpretação de seus próprios textos, marcaram o aprofundamento da linguagem literária e textual da língua portuguesa.
       O ensino do português e da literatura no ensino médio, voltado para o ingresso do vestibular no antigo sistema do PSS, reservou ao português um caráter mais redacional, com a preocupação da escrita padrão na sua elaboração e produção de um texto estritamente voltado para o cotidiano e pautado pela presença da linguagem gramática da língua portuguesa. Com a literatura não foi diferente, já que o incentivo pela leitura dos clássicos a serem cobrados no vestibular preenchia a atenção e o comprometimento do aluno para a leitura das obras literárias pedidas para o exame, dentre eles podemos citar a moreninha, o cortiço, vidas secas, senhora, entre outros.
     Assim, não vejo ao longo da minha trajetória escolar - desde a alfabetização até a conclusão do ensino médio - pontos negativos a serem relacionados com a leitura e a produção de textos, já que estes sempre foram a mim prazerosos, além de ter bastante afinidade e identificação com ambos, não havendo que se falar em qualquer dificuldade ou problematização quanto a isto.
     Por fim, destaco que a leitura fora introduzida em minha vida desde criança e que mesmo com a grande revolução cibernética trazida pela tecnologia da informação e que tende naturalmente ao afastamento da literatura e de sua produção por parte dos leitores, sempre me mantive fiel ao costume literário e a de produção de texto em língua portuguesa, não deixando "de lado" e não esquecendo da sua tamanha importância para o desenvolvimento e aprofundamento da formação pessoal do ser humano.